quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Doenças infecto-contagiosas dos peixes

Protozoários Infecto-Contagiosos de Água Doce A influência de protozoos na saúde dos peixes é largamente conhecida pela comunidade aquariófila, no entanto é difícil ao aquariófilo amador tentar fazer o diagnóstico correcto de que espécie se trata e qual o melhor tratamento que se deve aplicar. Assim, este texto pretende ser uma ajuda a todos aqueles que ambicionam conhecer e tratar convenientemente seus peixes.

Os protozoos são organismos unicelulares, chamados também de animais primitivos. Estes apresentam características que demonstram a sua adaptibilidade ao meio, como por exemplo os fitoflagelados que contêm clorofila, parte integrante do mundo vegetal e não animal como sabemos. Reproduzem-se sexual ou assexualmente, podem deslocar-se no meio seja por flagelos, seja por cílios ou até por projecções do próprio citoplasma (pseudópodos). Assim não devemos nunca pôr em causa a capacidade que estes pequenos seres têm de infectar os peixes. São em grande parte oportunistas, que esperam um peixe com imunidade baixa, devido a stress ou a más condições da água. Sabendo isto, à partida somos nós mesmos o primeiro tratamento preventivo do nosso aquário, mantendo-o sempre em condições de higiene apropriadas, evitando assim a propagação de qualquer tipo de protozoos.

Os protozoos dividem-se em 5 grupos:

Os cíliados (Ciliophora), caracterizados por apresentarem cílios e núcleos de duas classes. Os flagelados (Mastigophora), têm flagelos em alguma fase do seu ciclo de vida. Os apicomplexos, endoparasitas que têm um ciclo de vida complexo com emissão de esporas. Os microesporidios (microsphora). Os myxosporidios, diferenciam-se dos anteriores por terem 2 células infectantes em cada espora.

Segue-se agora uma lista dos principais agentes contagiosos, seus sintomas e respectivo tratamento.

Nome comum: Doença do ponto branco
- Agente: Icthyopthirius multifilis
- Ciclo biológico: Este protozoo tem 3 fases no ciclo, a parasitária em que se mantém entre a epiderme e a derme do peixe, saindo apenas quando está sexualmente maduro (trofonte). A fase quística, livre, em que se subdivide em vários quistos. E finalmente a dispersiva, em que se abre o quisto e liberta centenas de formas infectantes, as tomites. Estas com tamanho reduzido (40 microns) movimentam-se no meio através de movimentos ciliares procurando um hóspede, têm um tempo aproximado de vida de 50 horas.
- Sintomas: Como mecanismo de defesa do peixe, o protozoo é envolvido numa massa celular, sendo visto a olho nu como pequenos pontos brancos de 1 mm aproximadamente. Se chegar ao epitélio branqueal apresentam também dificuldades em respirar.
- Tratamento: Vários são os tratamentos eficazes contra o Ictio. No entanto, a fim de não intervir no ciclo do nitrogénio de seu aquário, o aumento de temperatura (31°C), durante a fase dispersiva é a forma mais “natural” de acabar com a doença, já que as tomites não toleram esta temperatura. Este tratamento deve ser feito durante uma semana, a fim de libertar também os núcleos da forma parasitária. No caso de não poder usar a temperatura, são eficazes o Formol, o cloreto de sódio e o azul de metileno.
Nome comum: Oodinose
- Agente: Fitoflagelado Piscinoodinium
- Ciclo: diferenciando-se do seu “primo” de água salgada por ter cloroplastos, que lhe permitem usar a luz como fonte de energia, este apresenta 3 fases como o Ictio. Na fase dispersiva são libertadas dinoesporas que por meio de movimentos flagelares procuram o hóspede. Estes protozoos localizam-se na pele, na camada subepiteliais, embora colonizem outras zonas como as brânquias.
- Sintomas: aparecimento de nódulos na pele “aveludados”, possível dificuldade respiratória.
- Tratamento: O permanganato de potássio, o verde de malaquite e o azul de metileno são eficazes contra este flagelado.
Nome comum: Costíase
- Agente: flagelados do género Ichthyobodo (das várias espécies destes protozoários bi-flagelados a mais comum é a I. necatrix).
- Ciclo: É dos mais simples entre os protozoários, pois coloniza a pele do hóspede com os seus flagelos e se as condições forem boas dividem-se por bipartição, movimenta-se na água e é assim que se transmite a outros peixes. Em caso de condições adversas podem permanecer enquistadas na pele do peixe ou até na água. É sem dúvida o ectoparasita mais comum de água doce.
- Sintomas: enturvamento da pele
- Tratamento: São mais eficazes os banhos com formalina e permanganato de potássio, podendo também usar os mencionados acima.

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