quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Aquário hospital de água doce

Aquário hospital é qualquer aquário usado com fins de aplicação de tratamento de peixes doentes. Ele é um aquário diferente do aquário principal, ou seja, os peixes devem sempre ser removidos a esse aquário hospital, onde serão medicados até que a doença seja devidamente curada. O aquário hospital costuma ser o mais básico dos aquários, possuindo apenas água, sem decorações ou substrato de fundo - o chamado "aquário pelado".
Deve possuir:

mecanismo de controle de temperatura da água (termostato/aquecedor/termômetro); mecanismo de aereação regulável; sifão, balde, rede (para captura de peixes) e todos os demais equipamentos de manutenção exclusivos do aquário hospital, evitando contaminação de outros aquários;

Pode ainda contar com uma lâmpada para iluminação, que se aconselha ser fraca, o suficiente para permitir observar o peixe e a evolução/regressão da doença. Se o ambiente for iluminado naturalmente, não se aconselha manter essa luz acessa, apenas se o aquário ficar muito escuro é que se deve mantê-la acesa (e no máximo por 12 horas).

Não deve possuir:

substrato - por questões de higiene e facilitar o controle de várias doenças; filtragem química - carvão ativado ou resinas afetam, ou mesmo retiram, a maior parte das medicações, inutilizando o tratamento; filtragem biológica - depende da medicação (veja mais abaixo); plantas vivas - não teriam condições de sobreviver seja pelas medicações, ou pela falta de luz, nutrientes etc., e morrendo, comprometeriam a qualidade da água e a saúde dos peixes; troncos, rochas, e qualquer coisa que altere parâmetros químicos da água, pois certos valores de pH, sais dissolvidos (GH/KH) etc podem afetar negativamente ou mesmo inviabilizar o tratamento por inativar a medicação empregada (algumas vezes chegam ao ponto de formar substâncias tóxicas aos peixes).

Costuma-se recomendar que o aquário hospital seja um aquário pequeno a médio em volume, para facilitar a manipulação e manutenção do mesmo, bem como restringir custos com medicações. Volumes ideais são entre 20 e 50 litros, embora quem possua peixes grandes acabe necessitando de aquários consideravelmente maiores - criadores de oscar ou carpa adultos (por exemplo) necessitariam de aquários de 100 ou mais litros.
Quanto à filtragem biológica, em alguns casos pode ser interessante usá-la, mas eu não aconselho. Isso porque há necessidade de ter conhecimento prévio de quais drogas afetam ou não a colônia de bactérias nitrificantes, já que algumas dessas drogas (muitas absolutamente comuns) aniquilam rapidamente as bactérias nitrificantes desse filtro, gerando então efeito deletério -- decomposição dessas bactérias, prejudicando a qualidade da água e consequentemente piorando as condições de peixes já efermos.
Também demandaria trabalho e gastos extras, de manter esse filtro permanentemente em funcionamento, para manter-se biologicamente ativo. Isso seria possível mantendo-o ligado em aquários estabilizados ou mantendo o aquário hospital em funcionamento com alguns peixes sadios, que seriam removidos quando de tratamentos.
Portanto, parto do princípio que é mais trabalhoso, porém mais seguro começar já sem filtragem biológica alguma. Em todo caso, a filtragem biológica ideal seria com filtro-espuma, mas pode-se empregar qualquer outro tipo de filtro para esse fim, exceto FBF.
Minha recomendação é usar apenas aeração, sendo suprimida a filtragem biológica e química. Essas seriam compensadas pela realização de trocas de água diárias para controlar os acúmulos de substâncias orgânicas deletérias (amônia, etc). Essas trocas seriam, em nível ideal, de 100% diariamente.

Essa prática tem muitas vantagens:

remoção de toda substância deletéria acumulada ao longo do dia; redosagem obrigatória da medicação, o que no caso de drogas que decaem na água, as mantém por mais tempo em níveis ótimos de ação, aumentando as chances de cura; melhor controle de patógenos, pois possibilita remoção mecânica de grande parte dos mesmos com as trocas de água / limpeza do aquário, portanto, igualmente aumentando as chances de cura; a água limpa possibilita ao peixe concentrar suas energias no combate à doença, já que não está submetido ao estresse fisiológico que águas poluídas lhe imputam (novamente, potencialização da cura); a exigência dessas trocas de água possibilitam em alguns casos a aplicação de medicação tópica, já que o peixe será obrigatoriamente capturado com rede.

As desvantagens seriam:

demanda ter tempo e paciência para fazer essas trocas diárias; também demanda ter água apropriada a essa troca, equalizada em parâmetros físico-químicos com a que sai, ao menos em temperatura; estressa emocionalmente o peixe (embora dependa muito de espécie a espécie, e indivíduo a indivíduo e ainda do modo como é feita a remoção dele do aquário); aumenta os gastos com medicação e água - e condicionadores de água (anticloro), se for o caso.
Isso tudo acima vale para as trocas de 100% de água. Muitas pessoas acabam fazendo trocas menores e/ou em espaços de tempo mais amplos (a cada dois dias etc.).

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